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29.10.2020
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Popularmente chamada de doença de Still ou artrite reumatóide juvenil, a artrite idiopática juvenil (AIJ) é grupo heterogêneo de doenças da infância que têm em comum a ocorrência de inflamação crônica em uma ou mais articulações do corpo.
O tipo sistêmico de artrite idiopática juvenil pode ocasionar a pericardite (inflamação da membrana do coração) e outros problemas relacionados a órgãos vitais, com consequências graves para o paciente. Ocorre em crianças e adolescentes antes dos 17 anos de idade e, de forma muito rara, pode acometer também adultos. É a forma mais comum de artrite na infância e uma das doenças crônicas mais frequentes dessa fase da vida.
Embora não existam dados brasileiros sobre a doença, pelo mundo a prevalência da AIJ está em torno de 150 casos para cada 100.000 pessoas. A causa exata da Artrite Idiopática Juvenil ainda não é conhecida.
Os sintomas mais frequentes em pacientes com AIJ são a dores diversas nas articulações, inchaço e limitação de alguns movimentos articulares. Em alguns casos a dor é bastante leve. Esses sintomas surgem como resultado de uma inflamação da fina membrana que reveste a parte interna das articulações, que se espessa e secreta líquidos dentro da cavidade articular.
Alguns pacientes podem ter rigidez matinal ou mesmo após longos períodos com o corpo em repouso. Crianças com a doença tendem a se manter em posição semi fletida para evitar as dores nas articulações, o que pode evoluir para episódios de atrofia muscular e deformidades.
O diagnóstico da AIJ é complexa e deve ser feita de maneira muito cuidadosa pelo médico responsável. Trata-se de uma investigação por exclusão. Doenças como as infecções devem ser pesquisadas e descartadas, pois a ocorrência de artrite é manifestação comum em várias doenças não reumáticas. O diagnóstico da Artrite Idiopática Juvenil deve ainda observar:
A Associação Internacional de Reumatologia classifica a AIJ em 5 diferentes subtipos (*crianças que possuem critérios para AIJ, mas não conseguem ser identificadas em um subgrupo são ditas portadoras de artrite indiferenciada):
O tratamento deve ser feito por meio de acompanhamento multidisciplinar, que inclui um diálogo importante e educação do paciente e da família, cuidados domiciliares e ajustes a vida social do paciente desde o momento do diagnóstico. Uma boa relação entre médico, paciente e familiares é fundamental para que o tratamento tenha sucesso, pois se trata de um processo bastante longo.
Cada tipo de Artrite Idiopática Juvenil tem um tratamento próprio com esquema terapêutico específico, de acordo com as suas manifestações clínicas. Os pacientes com manifestação articular leve podem ser tratados com anti-inflamatórios não-hormonais isolados (aspirina, naproxeno e ibuprofeno) e corticóides, que controlam a inflamação e a dor e são utilizados por longos períodos.
Outros remédios, chamados drogas de base (ou de segunda linha), são acrescentados gradualmente nos casos de inflamação persistente, ou seja, má resposta aos anti-inflamatórios não-hormonais e visam controlar e até mesmo cessar a inflamação. Os mais utilizados são a hidroxicloroquina (ou o difosfato de cloroquina), a sulfassalazina e o metotrexato. Você já teve contato com um paciente com AIJ?