Armazenamento de medicamentos termolábeis: 5 melhores práticas

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O armazenamento adequado de termolábeis é uma das etapas essenciais para garantir eficácia e segurança do medicamento para o paciente. Por isso, quando executado de forma correta, não haverá riscos desnecessários.

Acontece que muitos estabelecimentos hospitalares, ambulatoriais ou mesmo industriais ainda não seguem as normativas preconizadas, ocasionando contaminação físico química e microbiológica sem ter noção da complexidade dessa situação.

Sabe-se que monitorar as práticas corretas de armazenamento de medicamentos termossensíveis, além de garantir que os processos sejam seguros na dispensação, também contribuem financeiramente para manter a vida útil de prateleira.

Ficou curioso para entender sobre armazenamento de medicamentos termolábeis? Então, fique por aqui e estude mais!

A importância do armazenamento de medicamentos termolábeis

A cadeia produtiva de um produto farmacêutico é complexa, exigindo diversos conhecimentos e práticas para fabricar o que mais corresponde às expectativas dos pacientes, dos profissionais de saúde e do sistema público e privado.

Porém, após a fabricação dos medicamentos é preciso garantir que as condições assépticas e ambientais sejam mantidas, principalmente no local destinado ao armazenamento desses produtos farmacêuticos.

No caso de produtos termolábeis, destaca-se que além das condições gerais de armazenamento, deve-se atentar ao intervalo mínimo e máximo da temperatura. Isso porque este tipo de produto é estável à uma faixa específica de temperatura e qualquer anormalidade nesse quesito pode comprometer a estabilidade e, consequentemente, seu efeito terapêutico.

Diante dessa limitação de armazenamento evidenciada nos medicamentos termossensíveis, alguns fabricantes já conseguirem obter produtos em estabilidade em temperatura ambiente, sendo a primeira escolha do mercado. Contudo, nem sempre isso é possível, sendo imprescindível que os profissionais da saúde saibam garantir o seu correto acondicionamento.

O que diz a legislação sobre armazenamento de termolábeis

Qualquer legislação que versa sobre a rotina dos medicamentos termossensíveis terá como ponto principal a elaboração de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) para cada uma das etapas de manuseio e armazenamento. Assim, a gestão médica deve implementar tais procedimentos e garantir o compliance.

Também é recomendada a elaboração de indicadores que relacionam as variáveis que influenciam na vida útil dos produtos, como a monitorização da temperatura ambiental e interna do refrigerador.

Outro ponto importante é a manutenção dos equipamentos refrigeradores, que dentro de um contexto de gestão de ativos hospitalares, deve ser registrada e acompanhada pelos colaboradores e prestar esclarecimento da ocasião da visita de rotina dos ficais da vigilância sanitária.

Vejamos a seguir as melhores práticas com mais detalhes:

1. Elaboração de procedimentos operacionais padronizados

Os Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) são ferramentas úteis para ampliar os conhecimentos daqueles colaboradores que precisam compreender as rotinas de armazenamento e transporte de medicamentos termolábeis.

Nesse quesitos aponta-se que no mínimo devam existir os POPs sobre qualificação de fornecedor, recebimento de mercadoria, uso e manuseio do termômetro (quando aplicável), regras de transporte dos termolábeis, entre outros.

A linguagem dos POPs, enquanto documentos acessíveis a todos, deve ser objetiva, simples e garantir a reprodutibilidade para cada um dos colaboradores que precisará executá-lo adequadamente.

Lembrando que a nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou recentemente uma normativa que se aplica a estabelecer os requisitos de Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e Transporte de Medicamentos.

2. Monitoramento digital da temperatura

Os refrigeradores de medicamentos termossensíveis estão mais modernos para a prática médica se comparados as geladeiras residenciais usadas de forma provisória nos ambientes hospitalares, ambulatoriais e em outros estabelecimentos de saúde.

Atualmente os refrigeradores para armazenamento de medicamentos possuem porta transparente em que é possível visualizar o medicamento e em hipótese alguma é permitido a guarda de alimentos e bebidas de uso pessoal.

A recomendação é de que o monitoramento digital da temperatura seja feito de forma automática, mensurando a variabilidade interna do refrigerador e daquela obtida no ambiente externo ao redor, sem necessidade de abrir constantemente a porta.

O intervalo entre a temperatura mínima e máxima é de 2 a 8ºC, porém em localidades com extremos máximos de temperatura ambiental é aconselhável utilizar estratégias para minimizar esse problema como climatizar as salas com ar-condicionado.

3. Acondicionamento adequado

Os medicamentos termolábeis requerem mais cuidado ao manusear do que aqueles que são termorresistentes. Por isso, as caixas de embalagens são comercializadas em pequenas quantidades.

Para garantir o acondicionamento adequado, os profissionais de saúde devem se atentar para o espaço físico disponível, a rotatividade dos itens e do volume ocupado por cada caixa de medicamento.

É inadmissível optar, ainda que provisoriamente, por caixas de gelo em isopor para manter os medicamentos em refrigeração. Por isso, o processo de aquisição desses medicamentos deve ser diferenciado, com entrega programada e o respectivo POP.

Também é fundamental observar a circulação entre as prateleiras, fazer a inspeção visual sempre que necessário e configurar os termômetros e aplicativos para que disparem alarmes em casos de irregularidades no sistema.

4. Identificação das avarias dos medicamentos

A identificação das avarias dos medicamentos é importante para prevenir danos antes do consumo. Sabe-se que muitos produtos termolábeis possuem, como embalagem primária, os frascos e ampolas de vidro, que podem quebrar facilmente, mas que facilitam a inspeção do aspecto visual.

Pela fragilidade dos vidros, é importante atribuir a responsabilidade pelo problema, seja no momento da entrega, na dispensação ou no transporte para evitar novas situações de perda de efetividade e desperdício de recursos financeiros.

Dessa forma, a primeira análise é quanto à identificação de rachaduras, presença de cristais nas soluções, precipitados não descritos na bula, mudança de coloração, cheiro exalando pelo ambiente, entre outros.

Também é interessante fazer uma avaliação da integridade das caixas que podem ser armazenadas no refrigerador, verificando derramamentos, ruptura acidental das caixas, entre outras possibilidades.

5. Realização de boas práticas de transporte dos medicamentos

Não adianta prezar pelas normativas em relação ao acondicionamento adequado dos medicamentos termolábeis se o transporte é realizado de forma desorganizada e sem critério definido.

Para tanto, é imprescindível garantir que o medicamento termossensível chegue ao local de destino nas condições que garantam sua estabilidade físico química e microbiológica, além da integridade física da embalagem.

Por isso, o transporte de medicamentos termolábeis deve ser monitorado durante todo o trajeto, colocado em caixas resistentes à ruptura e em condições refrigeradas com o auxílio de gelos para essa finalidade.

O armazenamento de medicamentos termolábeis é uma etapa importante para garantir a estabilidade dos produtos antes, durante e no momento da distribuição e dispensação. Portanto, é crucial garantir que todas as atividades relacionadas ao armazenamento e transporte de termolábeis estejam de acordo com as normativas sanitárias preconizadas nos estabelecimentos de saúde.

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