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12.3.2021
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Equipe Afya Educação Médica
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Os quadros alérgicos são muito mais comuns do que imaginamos. De crianças à adultos e idosos, episódios de alergia leve ou mais grave podem acometer pessoas de diferentes formas e por diversos motivos. Neste post vamos entender melhor o que são a alergia alimentar e a anafilaxia, descrever seus sintomas e possíveis tratamentos. Confira:
A alergia alimentar (AA) pode ser caracterizada como um grupo de reações adversas a alimentos e podem envolver o sistema imunológico do paciente com mediação pela imunoglobulina E (IgE) ou outros sistemas. As reações da alergia alimentar não devem ser confundidas como um quadro tóxico, pois não são desencadeadas por toxinas específicas presentes nos alimentos. Não devem ser confundidas também com reações adversas a medicamentos. Apesar de não haver estatísticas oficiais no Brasil, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) acredita que pelo menos 2% dos brasileiros adultos podem sofrer de algum tipo de alergia alimentar. Nas crianças, esse índice sobe para 8%.
Curiosidade: entre as crianças os alimentos e seus derivados que mais causam reações alérgicas são leite de vaca, ovo, soja, amendoim, trigo, milho, arroz, peixes e frutos do mar. Nos adultos, a maior ocorrência de alergia alimentar está ligada ao consumo de amendoim, castanha, peixes e frutos do mar, em especial o camarão.
A alergia alimentar é resultado da interação de diversos fatores, como a suscetibilidade do paciente por fatores genéticos, características do alimento, fatores locais, como o que leva ao comprometimento da barreira do trato gastrintestinal, a microbiota intestinal e a maturidade do sistema imunológico do trato gastrintestinal.
Os sintomas da alergia alimentar podem se manifestar de várias formas: por reações cutâneas, gastrointestinais, nas vias aéreas e até mesmo reações cardiovasculares.
Reações cutâneas:
Reações gastrointestinais:
Reações das vias aéreas:
Reações cardiovasculares:
O tratamento mais recomendado para alergia alimentar envolve a exclusão total do alimento que causa a alergia, que deve ser feito com a orientação adequada do médico, de modo a garantir a adesão do paciente. Trata-se de um processo individualizado, que deve levar em conta não apenas o quadro alérgico, mas as necessidades nutricionais do indivíduo. O paciente deverá mudar alguns hábitos alimentares e comportamentais, como começar a ter atenção aos rótulos de produtos industrializados, cosméticos e medicamentos.
A anafilaxia é uma reação alérgica desencadeada por uma grande liberação de mediadores produzidos por basófilos e mastócitos após o contato do indivíduo com agentes físicos. Pode ser idiopática, causada por contato com substâncias específicas ou por picadas de animais peçonhentos, e também não-alérgica, por exemplo, quando causada por agentes físicos como exposição ao frio, exercício físico intenso, pelo uso de anti-inflamatórios não esteroides, opióides e radiocontrastes.
É uma situação de emergência médica bastante grave, que se desenvolve muito rápido e coloca o paciente em risco de morte. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, pelo menos 2% da população vai experimentar pelo menos uma vez na vida um quadro anafilático.
Os sintomas da anafilaxia podem variar bastante, causando até mesmo certa confusão nos médicos. Antes de realizar qualquer diagnóstico, o profissional deve entender qual é o agente suspeito causador do quadro e o intervalo de tempo entre a exposição ao agente e as primeiras reações, que podem ser instantâneas, levar alguns minutos ou até horas para aparecer. Esses dados são primordiais para entender o quadro. Reações cutâneas severas incluem:
Comprometimento respiratório:
Comprometimento cardíaco:
Por se tratar de um quadro de urgência, os principais objetivos no tratamento da anafilaxia são o controle da crise e prevenção de novos episódios. A agilidade do médico em diagnosticar e conter o processo de crise é importante. O tratamento ágil e preciso pode incluir a administração de adrenalina, decúbito dorsal com membros inferiores elevados e manutenção de volemia em níveis adequados.