Alimentos ultraprocessados: entenda sua relação direta com o câncer

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Um dos segredos mais importantes para manter a saúde e prevenir doenças é estar sempre atento à alimentação. Embora muitos saibam disso, é grande o número de pessoas que não incluem produtos verdadeiramente saudáveis na dieta, privilegiando alimentos mais baratos e fáceis de consumir.

Um dos tipos de produtos mais consumidos atualmente são os alimentos ultraprocessados, que levam esse nome pela quantidade de processos industriais que recebem antes de chegar à mesa do consumidor.

Neste post, você vai entender melhor o que são os alimentos ultraprocessados e por que eles apresentam um enorme risco quando consumidos em excesso, aumentando as chances de desenvolver quadros sérios como o câncer e a obesidade. Boa leitura!

O que são alimentos ultraprocessados?

Quando falamos em processamento dos alimentos, estamos nos referindo ao conjunto de procedimentos industriais pelos quais os ingredientes passam até serem consumidos pelas pessoas.

De forma geral, processos químicos e industriais são comuns a todos os alimentos que passam por fábricas, até mesmo frutas e outros alimentos saudáveis. O que difere os chamados "alimentos minimamente processados" dos alimentos ultraprocessados é que os últimos sofrem dezenas de processos de modificação, além da adição de novas substâncias.

A grande maioria dos alimentos ultraprocessados, como refrigerantes e salgadinhos, recebem substâncias como corantes artificiais e conservantes, que ajudam a conservar o produto por mais tempo e com uma aparência atraente para o consumidor.

Longe de ser exceção nas prateleiras de supermercados, os alimentos ultraprocessados estão presentes na maior parte das compras dos brasileiros. Exemplos de alimentos dessa lista incluem:

  • salsichas;
  • hambúrgueres;
  • salgados embalados;
  • pastéis e alguns tipos de massa;
  • cereais matinais;
  • comidas enlatadas e pré-preparadas.

Por que esses alimentos ganharam espaço no mercado?

Nos últimos anos, os alimentos ultraprocessados têm ganhado as manchetes dos jornais por conta da epidemia de obesidade infantil, mas, ainda assim, também têm cada vez mais protagonismo nas vendas e no carrinho dos consumidores. As razões para isso envolvem o preço reduzido, a praticidade para quem compra, entre outros fatores.

Por ser a área de produção de gigantes dos alimentos, como é o caso da Coca-Cola e do McDonald's, muitos incentivos fiscais são oferecidos todos os anos para essa indústria. Além de incentivar a produção, subsídios como a cobrança menor de impostos barateiam os custos e tornam os produtos mais competitivos.

Assim, na hora de comparar preços, muitas pessoas encontram produtos ultraprocessados bem mais baratos do que produtos naturais ou orgânicos e de qualidade, mas que são caros.

Por fim, um dos grandes motivos para os alimentos ultraprocessados serem campeões de vendas é que muitos deles apresentam facilidades de preparo, auxiliando quem não tem tempo ou habilidade para cozinhar.

Como os alimentos ultraprocessados agem no corpo?

Agora que você já entendeu bem sobre os ultraprocessados — alimentos que passam por processos industriais excessivos e adição de substâncias como corantes e conservantes — está na hora de descobrir como esses produtos agem no organismo humano.

Por contarem com a adição e a manipulação industrial, quando consumidos em excesso, a maioria desses produtos estão diretamente relacionados a doenças crônicas, como vários tipos de câncer e problemas cardíacos. Entenda um pouco mais sobre cada um desses quadros e sua relação com os produtos ultraprocessados.

Problemas cardíacos

Um dos grandes perigos do consumo exagerado de produtos ultraprocessados é que eles estão por trás do aumento do colesterol.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha, que mostrou o aumento no consumo de ultraprocessados durante a pandemia, o consumo desses produtos eleva o risco de dislipidemia (condição caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios no sangue) em até 102%.

Com o excesso de colesterol, há a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos, obrigando o sistema cardiovascular a bombear sangue com mais força e dificultando o trabalho do coração.

Câncer

Além dos problemas no sistema cardiovascular, substâncias sintetizadas em laboratório e que compõem os alimentos ultraprocessados também estão por trás de um aumento na incidência de diversos tipos de câncer, que segue sendo um dos quadros com maior mortalidade em todas as idades.

O quadro de câncer ocorre quando há um erro no processo normal de renovação celular, e algumas células com erros na reprodução do material genético começam a se reproduzir desordenadamente.

Diversas pesquisas, como a realizada pela revista britânica The Lancet, mostrou que muitos corantes e conservantes incluídos em produtos ultraprocessados são substâncias cancerígenas que aumentam a probabilidade de "erros celulares" como esses acontecerem.

Quando o consumo de alimentos ultraprocessados é associado à rotina de sedentarismo e à ingestão de outras comidas sem nutrientes essenciais para o corpo, a chance de desenvolver certos tipos de câncer, como o de esôfago e de estômago, aumenta significativamente.

Como prevenir diagnósticos de cânceres causados pelos ultraprocessados?

Como você viu, embora os ultraprocessados sejam alimentos fáceis de preparar e que muitas vezes são mais baratos que produtos saudáveis, eles apresentam riscos grandes à saúde, podendo causar quadros de câncer e outras doenças, como diabetes, obesidade e problemas cardíacos.

Por essa razão, é essencial que os médicos, principalmente aqueles que desejam seguir a carreira na Nutrologia, estejam atentos ao consumo desses produtos e saibam orientar seus pacientes na busca de hábitos mais saudáveis.

A seguir, você vai conferir quais são algumas maneiras de o profissional da Medicina auxiliar seus pacientes e desaconselhar o consumo exagerado de produtos ultraprocessados.

Conscientização sobre o consumo

Muitas pessoas compram os produtos ultraprocessados por comodidade ou pelo preço, sem saber dos perigos que vêm junto com esses alimentos.

Um dos primeiros passos para ajudar na diminuição do consumo de ultraprocessados é conscientizar os pacientes, explicando o que são esses produtos, por que eles são uma ameaça à saúde e como diminuir o consumo.

Ao saber dos perigos dos alimentos ultraprocessados, fica muito mais fácil para os pacientes entenderem a relação desses produtos com doenças como o câncer e convencer as pessoas a abandonarem itens como gorduras hidrogenadas e saturadas.

Incentivo à alimentação saudável

Algumas campanhas de conscientização e mesmo profissionais da Medicina frisam a importância de abandonar os produtos ultraprocessados, mas não sugerem que substituições a população em geral pode fazer para comer de maneira mais saudável.

Assim, também é uma importante tarefa dos médicos demonstrar que mudanças simples nos hábitos alimentares podem fazer uma diferença significativa na saúde.

O consumo de produtos orgânicos, isto é, que não possuem aditivos químicos em sua composição, é uma ótima forma de começar com a alimentação saudável. Além disso, substituir doces e salgadinhos por sobremesas caseiras, como bolos e sorvetes de fruta, também é uma maneira de deixar para trás os hábitos nocivos.


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Neste post, você conheceu melhor o conceito de alimentos ultraprocessados, que são produzidos com diversas operações químicas e industriais, além da adição de substâncias cancerígenas, como corantes artificiais e conservantes.

Ainda, você descobriu que existe uma relação direta entre esses produtos e a incidência de quadros de câncer e problemas cardíacos, aumentando as taxas de mortalidade e dificultando significativamente a possibilidade de cura.

Por fim, como você viu, é dever dos médicos auxiliar seus pacientes na mudança dos hábitos alimentares, substituindo produtos nocivos por opções orgânicas e naturais.

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