AH/SD: saiba mais sobre essa condição neurobiológica

Apr 16, 2025 . 12 minutos de leitura
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Saiba como identificar a AH/SD e diferenciá-la de outras condições, como o autismo!

Conforme dados divulgados, o Brasil tem 4 mil pessoas com altas habilidades, de acordo com levantamento da Associação Mensa Brasil, uma organização que reúne indivíduos com altas capacidades intelectuais no País. A AH/SD, sigla para Altas Habilidades e Superdotação, refere-se a condições que caracterizam pessoas que se destacam por seus potenciais diferenciados.

Reconhecer e abordar os desafios específicos que essas pessoas enfrentam é o primeiro passo para garantir que suas capacidades sejam aproveitadas ao máximo. Isso permite fazer com que elas se sintam integradas e valorizadas em seus contextos econômicos e sociais.

Neste artigo, abordamos os principais aspectos que envolvem a AH/SD, visando a ampliação dos conhecimentos sobre o tema. Boa leitura!

O que é a AH/SD?

A superdotação se refere a uma condição neurobiológica que se apresenta desde o nascimento. Já as altas habilidades dizem respeito a capacidades específicas que podem ser desenvolvidas ao longo do tempo. Essa é uma compreensão mais aprofundada, que ajuda a direcionar estratégias educacionais personalizadas para atender às necessidades individuais.

A primeira definição para essa condição foi apresentada em 1994 pelo MEC, por meio da Política Nacional de Educação, caracterizando-a como “AH/SD". Eram assim considerados os alunos que apresentavam um “notável desempenho e elevadas potencialidades e qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados:

  • capacidade intelectual geral;
  • aptidão acadêmica específica;
  • pensamento criativo;
  • capacidade para liderar;
  • talento para artes;
  • capacidade psicomotora.

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a integrar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 2013, ano em que foi promulgada a Lei n.º 12.796, que alterou a LDB, estabelecendo o "atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino".

Em 2015, a Lei n.º 13.234 foi promulgada, tornando obrigatória a identificação, assim como o cadastramento e o atendimento a estudantes com as características de superdotação.

É importante observar, que apesar de a área da educação ter adotado o termo altas habilidades e superdotação, alguns especialistas afirmam que são coisas diferentes e consideram a seguinte classificação:

  • inteligência superior ou altas habilidades — pessoas que apresentam um QI entre 121 e 130;
  • inteligência muito superior (superdotação) —QI acima de 130.

Mas é preciso salientar que não há um consenso entre os especialistas sobre as altas habilidades e a superdotação, características e classificação, assim como há diversas escalas de medição.

Como essa condição se manifesta?

As pessoas com AH/SD apresentam diversas características, que podem ser divididas em categorias de cognição, comportamento, sensibilidades e restrições, conforme mostramos a seguir:

  • alta capacidade de aprendizado — aprendem novos conceitos de maneira eficiente e rápida;
  • alta capacidade de concentração — capacidade notável em áreas de interesse;
  • alta capacidade de planejamento — excelentes habilidades para planejar e organizar;
  • alta capacidade de resolução de problemas — excelência para resolver questões complexas de maneira criativa e inovadora;
  • alta curiosidade tecnológica — forte interesse em ciência e tecnologia;
  • alta energia — níveis elevados de entusiasmo e energia;
  • alta motivação interna — forte motivação interna para alcançar os objetivos e metas pessoais;
  • alta motivação para aprender — desejo insaciável de aprender;
  • autocrítica — tendência de se cobrar muito a si mesmo;
  • autodisciplina — apresentam um alto grau de autodisciplina;
  • autonomia — preferência para trabalhar de maneira independente;
  • capacidade de antecipação — conseguem antecipar eventos e consequências;
  • capacidade de introspecção — forte capacidade para a autorreflexão;
  • capacidade de síntese — habilidade em sintetizar informações complexas de maneira compreensível;
  • curiosidade científica — interesse intenso por investigação científica;
  • curiosidade intensa — necessidade constante de explorar e compreender o mundo ao redor;
  • desenvolvimento moral avançado — senso de moralidade mais avançado do que seus pares;
  • desenvolvimento precoce — precocidade em várias áreas;
  • divergência de pensamento — tendem a pensar de maneira divergente, conseguindo gerar múltiplas soluções para um mesmo problema;
  • empatia — capacidade notável para compreender e se conectar com os sentimentos dos outros;
  • facilidade de adaptação — capacidade de se adaptar rapidamente a situações;
  • forte senso de justiça — preocupação profunda com questões de equidade e justiça;
  • habilidades acadêmicas superiores — apresentam excelência em áreas acadêmicas específicas;
  • habilidades artísticas — talento excepcional em áreas como arte, música e literatura;
  • habilidades de liderança — capacidades naturais para liderar;
  • habilidades metacognitivas — conseguem refletir sobre o próprio pensamento de maneira profunda;
  • habilidades motoras — apresentam habilidades motoras finas acima da média;
  • habilidades para negociar — altas habilidades para a resolução de conflitos e a negociação;
  • habilidades sociais avançadas — possuem habilidades sociais mais avançadas em relação aos seus pares;
  • habilidades verbais superiores — excelência em comunicação verbal;
  • impaciência — as pessoas podem se mostrar impacientes em situações repetitivas e monótonas;
  • interesse por questões sociais — preocupação com as questões sociais e comunitárias;
  • interesses diversos e intensos — se interessam por uma ampla gama de áreas;
  • interesses filosóficos — interesse precoce por questões existenciais e filosóficas;
  • intolerância à frustração — baixa tolerância quando não atingem seus altos padrões;
  • memória excepcional — muito acima da média;
  • multitarefa — pessoas que conseguem gerenciar diversas tarefas de maneira eficaz;
  • originalidade — são pessoas notavelmente criativas, apresentando formas originais de pensar;
  • pensamento abstrato — capacidade de pensar em termos abstratos e lidar com conceitos complexos;
  • pensamento crítico — alta capacidade para análise crítica;
  • perfeccionismo — busca constante da perfeição nas atividades;
  • persistência — pessoas muito persistentes no alcance dos objetivos;
  • preferência por companhias adultas — tendência para preferir a companhia de adultos ou de crianças mais velhas;
  • preferência por complexidade — preferem as tarefas complexas e desafiadoras;
  • raciocínio lógico superior — alta capacidade para raciocinar de maneira lógica e analítica;
  • sensibilidade emocional — tendência a respostas emocionais intensas;
  • sensibilidade estética — apreciam e criam beleza em música, arte e literatura;
  • sensibilidade sensorial — hipersensíveis a estímulos sensoriais;
  • tendência à inovação — inovadores em suas abordagens e soluções;
  • vocabulário avançado — apresentam um vocabulário que pode estar anos à frente dos seus pares.

Como identificar e diferenciar a AH/SD das demais condições?

A tentativa de identificação de pessoas com essa condição tem sido objeto de diferentes estudos. Atualmente, a maioria dos pesquisadores da área da genética comportamental entende haver um forte traço de hereditariedade na superdotação. No entanto, ainda não conseguiram saber quais genes poderiam estar envolvidos.

O diagnóstico precoce ajuda a orientar a criança da melhor maneira possível. Mas para isso, a avaliação de altas habilidades e superdotação deve ser multidisciplinar e minuciosa, extrapolando os tradicionais testes de QI. Embora a aplicação desses testes não seja considerada essencial, são uma excelente e precisa ferramenta para a formalização de um diagnóstico presumido clinicamente.

Eles também podem ajudar a diferenciar AH/SD talentosas, prodigiosas ou geniais, servindo ainda para diagnósticos diferenciais entre outras síndromes comportamentais, como a Síndrome de Asperger (uma forma de autismo) e TDAH.

Conforme a Resolução CFP n.º 6, de 29 de março de 2019, quando a avaliação é realizada somente por psicólogos, o documento entregue será um laudo psicológico. Quando realizada por mais profissionais, como fonoaudiólogos, pedagogos, psicopedagogos e demais profissionais, é emitido um relatório multiprofissional. A avaliação deve ser conduzida por um profissional especialista em AH/SD.

Na escola, a identificação de alunos com superlotação é realizada por um professor da sala regular e por um professor da sala de recursos. Ela é feita com base em diversas fontes de coleta de dados, observações, questionários, entrevistas, portfólios, listas de verificação, análise de produções, sondagens do rendimento e desempenho escolar, e outros.

Além das avaliações psicoeducacionais, o envolvimento de pais e professores é fundamental. Isso porque as observações e relatos sobre o comportamento da criança em diferentes contextos podem fornecer insights valiosos sobre características únicas de superdotação, tais como pensamento crítico avançado, a habilidade de aprendizado acelerado e a curiosidade intensa.

Essas são informações que, ao serem combinadas com as avaliações profissionais, podem auxiliar na construção de um perfil mais completo do indivíduo, viabilizando um diagnóstico mais preciso.

Diferenciação em relação ao autismo

Muitas vezes, a AH/SD pode ser confundida com outras condições, especialmente com o autismo. Embora existam sobreposições em algumas características, é importante saber distinguir para conseguir desenvolver estratégias educacionais e de suporte adequadas.

Para isso, é preciso observar alguns aspectos marcantes como:

  • empatia e compreensão emocional — pessoas com AH/SH possuem alta capacidade para empatia e compreensão emocional, enquanto os indivíduos com autismo podem apresentar dificuldades nesses aspectos;
  • interações sociais — pessoas com AH/SH geralmente possuem habilidades sociais avançadas, preferindo a companhia de adultos. Já as pessoas com autismo podem apresentar dificuldades significativas em interações sociais;
  • interesses intensos — ambas as populações podem apresentar essa característica. A diferença é que, enquanto as pessoas com AH/SH têm interesses variados e múltiplos, as que apresentam o espectro autista, em geral, têm interesses fixos e restritos;
  • resolução de problemas e pensamento lógico — embora ambos os grupos possam apresentar habilidades avançadas para resolver problemas, as pessoas com AH/SH tendem aplicá-las em contextos mais amplos e flexíveis. Já as que apresentam autismo podem se concentrar em áreas mais específicas;
  • sensibilidade sensorial — os indivíduos com AH/SH ou com autismo e comorbidades relacionadas podem apresentar uma hipersensibilidade a estímulos sensoriais, a diferença está na forma como isso se manifesta.

Além do autismo, há um grupo de indivíduos que, em um primeiro momento, pode ser confundido com pessoas que apresentam altas habilidades. No entanto, são Savants. O termo savant significa “sábio” e desencadeia habilidades extraordinárias em determinados indivíduos. Tal fenômeno é também conhecido como “ilhas de genialidade”.

A síndrome de Savant se refere a um distúrbio psíquico relacionado a um desequilíbrio no intelecto do indivíduo. Sua principal característica é a apresentação de uma habilidade excepcional em determinada área e a presença de déficits intelectuais. Assim, embora as pessoas savants tenham uma memória acima da média, não entendem muito sobre o que descrevem.

Quais são os desafios enfrentados por pessoas que apresentam a AH/SD?

Cada indivíduo com altas habilidades e superdotação enfrenta uma jornada única, com desafios e oportunidades. Além das dificuldades para socializar e do sentimento de isolamento, um dos aspectos que merecem ser evidenciados é o processo interno de autocompreensão e aceitação.

Essas pessoas podem experimentar uma diferença significativa entre suas capacidades intelectuais e suas habilidades sociais e emocionais. Esse tipo de desequilíbrio pode gerar um intenso questionamento e conflito interno e a dificuldade em encontrar um senso de pertencimento e, até mesmo, de propósito.

Muitas vezes, essa luta interna para reconciliar a intensidade intelectual com a necessidade de conexões emocionais profundas se torna até exaustiva. Outro aspecto importante quanto aos desafios enfrentados é a gestão de expectativas.

Isso porque, quando uma pessoa é rotulada como "superdotada" ou com "altas habilidades", cria-se uma expectativa de sucesso constante e de desempenho excepcional em todas as áreas. Em geral, esse tipo de pressão não considera a complexidade do ser humano e a realidade de que todas as pessoas apresentam pontos fortes e áreas de desafio.

O maior problema é que esse estigma, quando associado ao não cumprimento dessas expectativas, pode provocar sentimentos de inadequação e a sensação na pessoa de ela ser uma fraude. Todo esse contexto afeta negativamente a autoestima e o bem-estar emocional, podendo levar a um transtorno de ansiedade.

Mas essas são algumas das possíveis situações que as pessoas superdotadas podem ter que enfrentar. Veja, a seguir, os principais desafios para crianças e adultos.

Desafios enfrentados na infância

As crianças com AH/SD podem ser desafiadas de diversas formas. Isso envolve desde um sentimento de isolamento social até a dificuldade para expressar suas emoções, conforme mostramos a seguir.

Isolamento social

Frequentemente, as crianças superdotadas se sentem diferentes em relação aos colegas, o que pode levar a um isolamento social devido à dificuldade em encontrar amigos com os mesmos interesses e habilidades.

Desafios na educação regular

O padrão de currículo pode ser inadequado para as crianças com AH/SD, sendo pouco desafiador. Ao não atender às necessidades de aprendizagem específicas ou a uma curiosidade aguçada, as aulas comuns para a mesma faixa etária podem causar o tédio e a desmotivação.

Dificuldade em lidar com erros

As crianças com altas habilidades normalmente se diferenciam em suas atividades, criando uma expectativa externa e interna de sucesso contínuo. Tal cenário pode causar comportamentos perfeccionistas, levando a criança a se esforçar para evitar erros a todo custo. O pior dessa situação é a associação dessas falhas com uma perda de valor pessoal ou decepção para com os outros.

A atitude perfeccionista pode causar uma enorme pressão interna, interferindo no bem-estar emocional da criança. Essa dificuldade para enfrentar potenciais fracassos impede que a criança usufrua de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal. Logo, isso impacta negativamente a capacidade de resiliência e de lidar com os desafios.

Disfunções emocionais e comportamentais

Crianças com AH/SD enfrentam um espectro complexo de alterações na emoção e no comportamento, muitas vezes desencadeadas por fatores que ultrapassam um simples tédio ou falta de desafios.

Esses problemas podem se manifestar de diferentes formas, como explosões emocionais, irritabilidade ou mudanças de humor, refletindo a interação entre as suas capacidades intelectuais avançadas e o seu desenvolvimento social e emocional, podendo gerar:

  • ansiedade — muitas crianças experimentam altos níveis de ansiedade, que podem ser provocados principalmente por pressões externas;
  • depressão — pode ser provocada pelo sentimento de isolamento, devido à dificuldade em encontrar pessoas com quem possam se relacionar de maneira significativa. Outro motivo pode ser a discrepância entre as habilidades intelectuais e o desenvolvimento emocional, que provoca frustrações e sensação de desajuste;
  • problemas comportamentais — podem incluir desafio à autoridade, agitação, ou até mesmo a retirada do ambiente e o desengajamento para lidar com situações que não estimulam a necessidade de aprendizado e a curiosidade da criança;
  • sensibilidade emocional — normalmente, as crianças superdotadas possuem uma sensibilidade emocional acentuada, que pode se transformar em fonte de estresse. Elas podem se sentir injustiçadas ou se tornar mais empáticas com os sentimentos dos outros;
  • perfeccionismo — além de contribuir com a ansiedade e o medo de falhar, também pode levar a uma autoavaliação rigorosa e, muitas vezes, negativa, prejudicando a autoimagem da criança.

Desenvolvimento assíncrono em crianças com AH/SD

Essas crianças podem experimentar um desenvolvimento intelectual acelerado, porém o emocional e o social podem ficar na média ou até abaixo dela, o que tende a causar muita dificuldade na adaptação com seus pares.

Exemplo disso, é uma criança de 10 anos com altas habilidades intelectuais, que consegue resolver problemas matemáticos complexos e compreender conceitos científicos avançados. Mas, emocional e socialmente, ela tem as mesmas necessidades, desejos e limitações emocionais dos colegas da mesma idade.

Neste contexto, ela pode sentir-se deslocada tanto na sala de aula regular quanto no recreio. Esse desequilíbrio pode levar a criança a sentir-se isolada e incompreendida pelos professores e colegas, levando-a a enfrentar desafios como sentimentos de frustração, solidão, bem como problemas comportamentais.

Conformidade social

Muitas vezes, crianças superdotadas sentem-se pressionadas a se conformarem às normas sociais e a esconder suas habilidades para conseguir se encaixar com os colegas. Isso pode significar uma fonte de angústia e de conflito interno.

Expressão emocional

Crianças superdotadas podem apresentar dificuldade em compreender e expressar suas emoções de maneira adequada, afetando suas relações sociais e o modo como interagem com o mundo ao seu redor.

Desafios enfrentados por adultos superdotados

Assim como ocorre com as crianças, apesar de suas habilidades excepcionais, os adultos superdotados também enfrentam diversos desafios que podem impactar tanto a vida pessoal quanto a profissional, conforme comentamos a seguir.

Dificuldade para a integração social

Muitos adultos superdotados têm dificuldade para se integrar socialmente, devido à diferença entre os seus interesses e capacidades. Esse contexto pode resultar em sentimentos de incompreensão ou solidão, principalmente quando as pessoas não encontram pares intelectuais com quem possam se relacionar.

Estresse e ansiedade

A soma do perfeccionismo com a alta sensibilidade emocional e uma constante busca por desafios intelectuais pode gerar ansiedade e estresse crônicos. O motivo é alta pressão interna e externa no sentido de estar sempre à altura de suas próprias expectativas.

É importante observar que a exposição a um estresse extremo pode desencadear alterações na saúde, como o Transtorno Dissociativo (TDI), uma condição psiquiátrica, em que diferentes tipos de personalidade coexistem em uma mesma pessoa.

Além disso, o estresse pode provocar sintomas físicos e emocionais que impactam negativamente a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas pacientes, tais como:

  • ansiedade;
  • depressão;
  • dificuldade para dormir;
  • disfunção sexual;
  • dor de cabeça;
  • dores musculares;
  • fadiga;
  • falta de ar;
  • falta de concentração;
  • hipertensão;
  • irritabilidade excessiva;
  • problemas cardiovasculares;
  • problemas intestinais;
  • taquicardia.

Subaproveitamento do potencial

Em geral, os adultos superdotados sentem que não estão utilizando todo o seu potencial. Isso pode ocorrer por não encontrarem um campo de interesse que os motive profundamente, devido à falta de oportunidades ou por sentirem que suas habilidades não são valorizadas ou reconhecidas.

Conflitos internos

A disparidade entre suas capacidades intelectuais e emocionais pode provocar conflitos internos. Exemplo disso, é uma pessoa que intelectualmente sabe que não precisa ser perfeita, mas emocionalmente sente que é inaceitável falhar em qualquer aspecto.

Os conflitos internos quando não tratados, podem gerar desequilíbrios mentais, como a depressão e o transtorno conversivo, que pode provocar sintomas como convulsões e perda de sensação em um dos membros.

Qual a melhor forma de manejar a AH/SD?

As altas habilidades e a superdotação são dons. Quando bem compreendidos e gerenciados, podem proporcionar realizações extraordinárias . No entanto, lidar com essas características exige um acompanhamento psicológico cuidadoso, tanto para o indivíduo quanto para a sua família.

Nesse sentido, após o diagnóstico de altas habilidades ou superdotação, é preciso abordar os desafios e oportunidades de maneira construtiva. Uma estratégia básica é a elaboração de um plano de desenvolvimento pessoal, que respeite os interesses e o ritmo da pessoa.

Isso pode incluir programas educacionais especializados, que possam oferecer desafios intelectuais à altura das capacidades da pessoa superdotada, ao mesmo tempo que incentivem o desenvolvimento social e emocional.

Também é muito importante promover ambientes que incentivem a experimentação e o erro como parte do processo de aprendizagem. Até mesmo o incentivo à pessoa para criar um hobby pode auxiliar no alívio da tensão. Essas são abordagens que ajudam a minimizar a pressão pelo desempenho constantemente perfeito, encorajando uma mentalidade de crescimento que valoriza a resiliência, a curiosidade e o esforço.

Outra forma é criar uma rede de apoio com indivíduos que também apresentam altas habilidades, profissionais capacitados e mentores. Assim, é possível oferecer o suporte emocional necessário para enfrentar os desafios, promovendo um sentido de pertencimento e comunidade.

Como vimos, as pessoas com altas habilidades e superdotação precisam de um diagnóstico precoce, com base em uma avaliação multidisciplinar, além de apoio socioeducativo e psicológico. Somente assim é possível ajudá-las a desenvolver e explorar suas capacidades, conseguindo lidar com os desafios que essa condição apresenta.

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