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5.3.2018
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As afecções ou manifestações cutâneas estão entre as queixas mais comuns que um médico recebe, tanto em consultórios privados quanto na medicina ambulatorial da rede pública. Diante dessa realidade e da grande variedade de diagnósticos possíveis, existem algumas manifestações cutâneas que todo médico deve conhecer. O fato é que valorizar a história pregressa e ter um bom olho para identificar as sutis diferenças de cada afecção é essencial, assim como saber quais são as doenças que mais se manifestam no público em geral. Confira o conteúdo a seguir e aprenda um pouco mais sobre esse tema!
Também chamada de eczema atópico, a dermatite atópica é uma patologia com curso crônico, que causa a inflamação da pele, resultando em áreas de lesão avermelhadas, pruriginosas e que podem ou não descamar. Em linhas gerais, é um problema que costuma acometer indivíduos com histórico de alergias, embora isso não seja imperativo. Costuma ser mais comum em crianças, podendo desaparecer com a idade. Há uma maior incidência de casos nos centros urbanos. Os fatores que desencadeiam as crises variam de paciente para paciente.
O tratamento consiste em minimizar o contato com o agente causador, mas também são empregados medicamentos para reduzir a coceira, o edema e a vermelhidão, como os corticoides — a exemplo da betametasona e da dexametasona — e os anti-histamínicos como a loratadina e a difenidramina, A fototerapia com raios ultravioletas também pode ser uma alternativa e é utilizada somente em casos mais graves.
O lúpus eritematoso sistêmico, também conhecido pela sigla LES, é uma das doenças que vem chamando a atenção no universo acadêmico da medicina por sua complexidade e sua enorme gama de prognósticos para os pacientes. Ele atinge prioritariamente mulheres jovens, em idade fértil, provocando manifestações cutâneas diversas. Embora a pele possa ser o único órgão acometido, é preciso estar atento para outros sinais como artralgia e artrite, além da fotossensibilidade.
O diagnóstico definitivo só pode ser feito por meio de anamnese e exame físico completo, somado à solicitação de alguns exames laboratoriais auxiliares, como o hemograma completo e a proteína C reativa. O tratamento é realizado de acordo com o quadro clínico apresentado, podendo incluir corticoides sistêmicos e imunossupressores, além de medidas não medicamentosas envolvendo dieta, atividade física e proteção solar.
A psoríase é outra das manifestações cutâneas que é relativamente comum nos consultórios. Como característica, ela costuma apresentar picos de incidência entre adultos jovens, mas pode acometer outras faixas etárias. Outra propriedade que distingue essa doença é sua apresentação em placas eritematosas e descamativas.
A depender do tipo de psoríase, essas placas podem apresentar um aspecto esbranquiçado ou prateado muito incomum em outras patologias e predominam em articulações como cotovelos e joelhos, além do couro cabeludo e das mãos e pés. O envolvimento das unhas no quadro indica que a situação pode ser mais grave e que há maior risco de envolvimento articular. Há diversas formas de tratamento, como o uso tópico de vitamina D e corticoides, a fototerapia e o uso sistêmico de retinóides e outros agentes imunobiológicos.
A escarlatina é uma doença bacteriana que provoca manifestações cutâneas bem significativas. Além do quadro dermatológico, há a ocorrência de febre alta por cerca de 5 dias, náuseas e dor de garganta. Outro grande diferencial ocorre na língua, que fica com um aspecto típico popularmente conhecido como “língua em framboesa”.
A erupção cutânea se dá pelo aparecimento de inúmeras erupções pequenas e rosadas, que depois evoluem para uma coloração vermelha viva, localizadas no tronco, axilas, pescoço e abdome. Após uma semana a pele pode descamar. O tratamento é feito por meio de antibióticos e sintomáticos.
Não dá para falar das manifestações cutâneas que todo médico deve conhecer sem citar a micose. Ela é tão comum que é seguro afirmar que praticamente todo mundo já teve aquela coceira forte e indesejada na pele, acompanhada de manchas geralmente esbranquiçadas e, eventualmente, uma borda crostosa.
Causada por fungos, seus locais de preferência são áreas que guardam umidade e calor, como pés, couro cabeludo e unhas. A baixa imunidade também pode contribuir para o surgimento do quadro. O tratamento envolve o uso de medicamentos antifúngicos e pode durar de 7 a 60 dias.
Ao falar de manifestações cutâneas importantes, não podemos deixar de citar uma das afecções de grande gravidade: o melanoma. É um tumor de pele que confere uma pigmentação mais escura e cresce de forma desordenada. O fator de risco mais importante é a exposição solar excessiva, sobretudo em pessoas com a pele mais clara.
O clínico precisa conhecer o “ABCD”, que ajuda a identificar o quadro. A de assimetria, B de bordas irregulares, C de cor desigual e D de diâmetro, sobretudo quando há mudança no tamanho da lesão. O tratamento precoce é imprescindível, pois o melanoma pode levar à morte quando não tratado. A escolha do arsenal terapêutico depende de diversos fatores que serão avaliados pelo especialista.
O impetigo é uma infecção cutânea de origem bacteriana extremamente contagiosa, que acomete principalmente a face ou extremidades do corpo, manifestando-se com maior frequência em crianças, indivíduos com a imunidade debilitada ou que residem em ambientes com más condições de higiene. Os sintomas podem ter início quando a bactéria entra em uma lesão de continuidade da pele, que pode ser um corte, um arranhão ou mesmo uma picada de inseto, mas ocorrem especialmente quando há o contato direto com as lesões de pessoas infectadas.
Felizmente é uma doença benigna e de bom prognóstico, sendo seus agentes etiológicos mais comuns o Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes, o que reforça que o tratamento é feito por meio de antibióticos.
Essas são algumas das manifestações cutâneas que todo médico deve conhecer. São afecções muito específicas, o que reforça a importância de uma boa pós-graduação para conferir mais segurança no correto diagnóstico e tratamento por parte do médico.
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