6 dicas para melhorar suas prescrições médicas

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Um dos principais desafios enfrentados por médicos recém-formados é a elaboração de suas prescrições médicas. Mas se engana quem acha que cometer algum tipo de erro nesse momento é um problema apenas para os profissionais mais novos. Ninguém está completamente livre de falhar ao fazer um diagnóstico e prescrever um tratamento.

No entanto, é fundamental que todo médico se preocupe com isso para conseguir fazer prescrições mais acertadas e evitar qualquer prejuízo ou situação desagradável aos pacientes. Confira a seguir 6 dicas que vão ajudá-lo a ser assertivo na hora de prescrever o tratamento aos seus pacientes.

1. Fique sempre atento às condições do receituário

A responsabilidade do médico não é somente identificar e descrever medicamentos, mas também cuidar da qualidade do receituário. Afinal de contas, isso demonstra o cuidado do profissional em oferecer atendimento de qualidade aos seus pacientes.

Nesse sentido, cada clínico possui suas preferências na hora de criar o seu bloco de receituário. Muitos médicos, aliás, optam por contatar serviços profissionais de arte para dar uma identidade personalizada e um design atrativo aos seus documentos. Porém, o mais importante é que a prescrição seja realizada em um papel que tenha essa finalidade específica e contenham informações obrigatórias, como:

  • cabeçalho (nome, endereço, telefone, número de registro do profissional etc);
  • superinscrição (dados do paciente e indicação de uso externo ou interno da medicação);
  • inscrição (nome dos medicamentos e concentrações indicadas);
  • subinscrição (posologia, quantidades e frequência de consumo);
  • adscrição (orientações complementares - Ex: nunca tomar em jejum ou tomar após o almoço);
  • data, assinatura e número de inscrição do Conselho Regional de Medicina (dados muitas vezes resumidos em um carimbo).

Detalhe importante: rasuras não são permitidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Conforme o Manual de Orientações Básicas para Prescrição Médica, qualquer emenda ou irregularidade pode prejudicar a verificação da sua autenticidade.

2. Não abra mão da legibilidade

Uma das maiores reclamações sobre o conteúdo das prescrições médicas é a falta de legibilidade (seja pela letra incompreensível ou pelo uso de abreviaturas), que dificulta a compreensão tanto pelo paciente como pelos farmacêuticos e funcionários de drogarias e farmácias.

Isso quer dizer que é imprescindível investir também na qualidade da escrita para evitar qualquer tipo de confusão por esse motivo. Aliás, o CFM também dispõe em seu Manual — que segue o Código de Ética Médica (CEM) — que “é vedado ao médico receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível”.

Atualmente, isso pode ser facilitado pelos receituários eletrônicos (que, aliás, podem também ser enviados diretamente para o e-mail do paciente) ou simplesmente pelo ato de digitar a receita no computador e entregá-la impressa. Essa é uma forma de padronizar a escrita e proporcionar uma leitura mais fácil e agradável para todos, além de facilitar a organização e reduzir o uso de papel — o que proporciona inclusive benefícios ambientais.

3. Pesquise sobre casos clínicos e outras prescrições médicas

Uma boa dica para um médico conseguir melhorar a assertividade de suas prescrições é fazer uma boa pesquisa para estudar diferentes casos clínicos e as recomendações sugeridas nas mais diversas situações.

Principalmente no início da carreira, esse tipo de atitude é fundamental para aquisição de mais conhecimento e segurança na hora de prescrever determinados tratamentos. Você pode, por exemplo:

  • ler muitos livros e materiais sobre os casos mais comuns e também sobre os mais raros;
  • trocar ideias e experiências com outros colegas, sobretudo com os mais experientes;
  • pesquisar e aprender sobre novas drogas, tomando sempre o cuidado de buscar evidências de sua efetividade antes de indicar o uso;
  • ter cautela com os resultados divulgados pela indústria farmacêutica, para não ser influenciado somente por isso;
  • pensar nas causas do problema e ir além das medicações tradicionais, considerando alternativas não medicamentosas que cooperem para o tratamento e prevenção de outros quadros ou complicações.

4. Considere (sempre!) o histórico do paciente

Outro motivo bastante comum de erros nas prescrições médicas é não considerar o histórico de saúde do paciente. Muitas vezes, o profissional não se preocupa em investigar dados relevantes como possíveis alergias, medicamentos que já foram utilizados e não apresentaram efeitos positivos, doenças preexistentes, entre outros.

Consequentemente, as chances de ocasionar outros problemas de saúde são muito maiores. Desconsiderar uma interação medicamentosa arriscada é capaz de gerar reações adversas e até mesmo ser fatal.

Enfim, uma rotina corrida ou qualquer outra razão corriqueira não podem ser usadas como desculpa para a falta de atenção nesse momento. É imprescindível fazer uma anamnese completa e refletir de forma cautelosa sobre cada um dos quadros que surgirem — desde um simples resfriado até uma doença grave.

5. Use a tecnologia a seu favor

Além da questão da legibilidade, existem ferramentas tecnológicas que podem contribuir para o surgimento de outras melhorias para a tarefa de prescrever medicamentos. Um bom exemplo são os aplicativos que ajudam a relacionar o diagnóstico com o receituário mais apropriado para cada situação.

Sem dúvidas, essa é uma forma de evitar alguns erros banais e orientar o profissional quanto aos medicamentos e outros fatores relacionados ao tratamento mais adequado. Imagine que você nunca tenha tido contato com determinada doença e chega um paciente para ser avaliado com sintomas bem parecidos.

Apesar de a sua interpretação ser importante, hoje já é possível contar com a ajuda de um aplicativo confiável para ajudá-lo na tomada de decisão do diagnóstico e do receituário (ajudando também a não esquecer de nenhum detalhe).

6. Procure ampliar cada vez mais a sua experiência

Por fim, não há conselho melhor para qualquer profissional do que buscar cada vez mais experiência na sua área. Principalmente quando essa atividade é a  Medicina, que pode ser crucial para a sobrevivência e bem-estar do outro. A dedicação em todos os anos de estudo é de grande relevância, mas mesmo depois de formado o médico deve continuar se capacitando e reciclando conhecimentos e competências.

A residência é o caminho mais tradicional. Há, entretanto, outras maneiras de adquirir conhecimento e enriquecer a prática médica, como uma Pós-Graduação ou congressos médicos. Fazer uma pós-graduação, por exemplo, é um ótimo meio de continuar aprendendo e passar ainda mais segurança aos pacientes, ampliando o nível de credibilidade deles nas suas práticas profissionais, incluindo a prescrição de medicamentos e tratamentos eficazes.

Certamente, seu paciente se sentirá mais tranquilo e confiante ao perceber que está recebendo o receituário de um profissional atento e responsável. Mais do que isso, investir em qualificação geralmente abre oportunidades para construir uma carreira de sucesso!

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